segunda-feira, novembro 26, 2007

VIDA CIGANA (01)

Imaginem as estradas precárias por onde transitavam suas carroças. Sujeito às condições climáticas, o comboio enfrentava
a tormenta da chuva e do frio. As carroças eram tombadas pela fúria dos ventos, ou as rodas ficavam atoladas na lama.
Crianças pequenas choravam, com medo da manifestação da Natureza; as mães ficavam temerosas pela integridade física dos
pequenos; as mulheres grávidas, expostas aos acidentes; os mais idosos tambem igualmente permaneciam expostos. Contudo,
todos acorriam no socorro à carroça acidentada.
Quantos partos foram feitos durante esses momentos de tormenta! As parturientes contavam apenas com a destreza das mais
velhas do clã. Tantos e quantos partos complicados foram vencidos, quando não pela destreza, foram-no pelas simpatias e
orações feitas com fervor. A mesma situação era vivida por outros clãs em países distantes, que, dependendo da região,
enfrentavam também a neve, no entanto a situação em si não se diferenciava uma da outra.
Durante a calmaria, tudo era festa. Porém, tudo tem seu preço. Confrontando a visão poética da liberdade cigana, do
povo ao redor da fogueira cantando e dançando, temos tambem a realidade de suas necessidades básicas, a exemplo da higiene.
Normalmente, procuravam acampar próximo aos rios, de onde podiam colher água potável para cozinhar, beber, tomar banho,
lavar as roupas, etc.
texto extraido do livro:
CIGANOS = ROM UM POVO SEM FRONTEIRAS
autor: NELSON PIRES FILHO

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